07 outubro, 2006


GARGALHEIRAS, sonho de uma paixão

De brumas se fez gargantas, que logo habitam as Acauãs. Rio cheio e seco - de quando em vez - fez ali surgir, em paredões e águas dormentes, uma imensidão de beleza.
Pedra sobre pedra, ocre dura do primórdio, em nomes e formas de ruma se ver por lá: pedra do Navio, pedra da Baleia, das Araras, do Canhão... Até o artista escultor aproveita da fartura e emoldura no granito sua arte secular.
A sutileza do lugar, associada aos caprichos do homem, nos permite deslumbramentos e sonhos. No balanço das manhosas e silenciosas maretas trafegam sem cessar canoas - manhãs-tarde - cheinhos de Tucunarés, arrumados por ali nos samburás.
Madrugadas solitárias transbordam de lembranças minha infância pastoril: açudes de areia, mergulhos de emoções, estórias assombradas, ao passo que o sol se aponta na ribanceira do lado de lá.
Diante disso, meus olhos investigam ângulos, formas, luz, cor, vida, algo que eu possa eternizar, para os meus que ainda não foram nesse belo lugar.

Hugo Macedo

Um comentário:

Anônimo disse...

Garglheiras realmente é tudo de belo que ha nesse mundo. Se existe céu, está ali. A Paz transmitida a quem o visita é de emocionar!! Sugiro q aumente o número de fotos dessa beleza de lugar, que é sem sombra de dúvida, o melhor acervo fotográfico, que se tem notícia. Ninguém jamais mostrou aquele lugar como vc.